Caso Mike Bickle joga luz sobre falta de transparência das instituições carismáticas

Quando um grupos de pessoas não coordenadas fazem denúncias contra um líder e amigos e líderes próximos dele confirmam a veracidade de alguns destes relatos, estamos diante de fortes indícios da acusação. Ainda que esse líder negue.

Quando este líder acusado, alguns dias antes das acusações se tornarem públicas, diz ter tido "uma visão de um cavalo preto que o mordia", cujo significado, segundo ele, é que "o inimigo se levantaria contra ele com perseguição e falsas acusações", então suspeitamos ainda mais.

Estes são alguns fatos que orbitam em torno do caso Mike Bickle, do IHOPKC que foi acusado de abuso espiritual, pastoral e importunação sexual.

Tenho acompanhado este caso com certa atenção, e estou surpreso pela forma como a instituição IHOPKC, ou melhor, seus líderes o tem conduzido. Ao meu ver se trata de um divisor de águas no mundo carismático, não entre os que são a favor ou contra Bickle, mas em relação à forma como os carismáticos lidarão com casos de abuso e injustiça no seio da comunidade de fé.

Considerando que o IHOPKC é uma organização da luz, a falta de transparência choca, como bem pontuou a neta do Mike Bickle, Shiloah Bickle: “o silêncio concede ao mal o que é necessário para que seja eficaz”. E a falta de transparência tem sido a crítica recorrente por parte daqueles que tem acompanhado o processo levando-nos a ver o problema Bickle como um aspecto de um problema maior que pode ser, provavelmente, a cultura da instituição.

Texto originalmente do Instagram do Zé Bruno.

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.

Zé Bruno é um cristão de tradição pentecostal, host das Live “Entre Amigos”, onde conversa com autores e teólogos cristãos.