Celebrar o Orgulho

Celebrar o Orgulho

Celebrar o orgulho é sobre celebrar as próprias conquistas, a contribuição que oferecemos, a diferença que fazemos e tem que ver com a capacidade de olhar internamente e perceber que temos do que nos orgulhar. Isso faz parte de reconhecer os dons, talentos e capacidades que foram recebidos quando fomos criados. É importante lembrar que Deus nos deu dons e talentos e que eles vão nos levar a ter sucesso e atingir excelência em áreas específicas. Outras pessoas terão sucesso em outras áreas e elas também precisam ter orgulho de quem são. Na comunidade os dons se encontram e ali celebramos esses dons mutuamente. Por isso a vida em comunidade é melhor. Nesse sentido ter orgulho significa ter brio, ter amor-próprio, saber do valor que se tem. É um processo que tem que ver com empoderamento porque nele reconhecemos que temos força inerente. Como esperar que as pessoas vivam como quem tem muito valor se elas não reconhecerem o valor que têm?

Em Mateus 22 Jesus diz que toda a Lei e os Profetas estão baseados em amar a Deus de todo coração e de toda alma e amar ao próximo como amamos a nós mesmos. Nessa lógica para sermos capazes de amar a outra pessoa precisamos amar a nós mesmos primeiro. Ter orgulho de ser quem a gente é não significa achar que somos melhores que os outros. Isso é soberba. Achar que somos superiores que os outros é arrogância. Não reconhecer os privilégios que temos alimenta a presunção e não reconhecer os próprios erros está relacionado a teimosia e a estupidez.

Grande parte das pessoas que vêm buscar aconselhamento pastoral ou terapia têm uma visão pequena demais de si mesmas e acredita pouco em si mesmas. Parte do processo é reconhecer de onde vêm essa informação negativa, quem originalmente passou à pessoa a falsa informação de que ela não é ninguém, desconstruir isso e então desenvolver um senso de autoestima saudável. É importante lembrar de não dar ouvidos às vozes que desvalorizam, humilham e destratam e ouvir a voz de Deus. E para comunidades opressas não faltam fontes de mensagens de ódio.

Para cristãos a cruz demonstra que Deus valoriza o ser humano a ponto de entregar seu próprio filho. A cruz eleva o ser humano, especialmente aqueles desprezados, rejeitados e marginalizados. Na cruz lembramos que temos valor e somos motivados a viver como pessoas que sabem quem são – filhas de Deus!

Happy Pride! Celebre o orgulho!

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Marcos Apolonio é bacharel em Teologia - UNASP II, mestre em Serviço Social - California State University, doutor em Serviço Social em Saúde Mental - University of Pennsylvania. Na Califórnia é psicoterapeuta licenciado e leciona na California State University. Em São Paulo é um dos pastores de Um Lugar Comunidade. Ele é cisgênero, de raça mista, gay, brasileiro, pai de Amanda e Filipe, companheiro de Ivan, cristão e seus pronomes pessoais são “ele/dele”. Instagram: apolonio_californiasp