Em igrejas menos coercitivas cultura é menos restrita ao gospel

É um desafio rastrear o consumo de música e de cultura, em geral, por jovens evangélicos. O que dificulta a tarefa é justamente o fato do campo evangélico ser muito heterogêneo. Em tese, igrejas/denominações mais conservadoras, tais como Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Presbiteriana, Metodista, Batista regular, etc. há uma coerção maior, que faz os jovens permanecerem dentro dos desígnios religiosos e não consumirem a cultura dita como "secular". No entanto, com o uso e a liberdade de acesso aos mais variados conteúdos que internet proporciona, é quase impossível rastrear e conferir que esse jovem está restrito ao que circula no universo das igrejas. Já em denominações mais contemporâneas ou "liberais", você não tem essa coerção, então a juventude costuma consumir de forma mais abrangente as músicas e expressões culturais seculares.

Nos lugares e com as pessoas que convivo, os músicos que são de maior referência são os seguintes: Os Arrais (adventista); Palavra Antiga; Marcos Almeida; Paulo Nazaré; Gerson Borges; Projeto Sola; Banda Purples; Paulo Baruck; Estevão Queiroga. O que eles têm incomum é que não se declaram cantores do universo gospel e possuem uma estética  moderna, tanto em termos de som quanto de imagem. Além disso, as músicas não são de louvor, ou seja, pra serem cantadas na igreja.  Algumas, inclusive, nem trazem na letra a palavra Deus ou temas mais comuns às canções de louvor da igreja. Estamos, então, falando de trânsito cultural, inclusive temático, das bandas que tem alguma referência no universo evangélico.