Fake News se tornaram presentes e são pouco rebatidas nas igrejas
Há evangélicos, inclusive na igreja onde congrego, que recebem, circulam e acreditam em fake news, especialmente as de cunho bolsonarista, que tratam das urnas eletrônicas e insinuam complôs nas eleições deste ano. Apesar dessa constatação, percebo que esse grupo está ficando cada vez menor e com gente mais radical - consequentemente, mais suscetíveis às Fake News. Entre os pastores, ao menos da igreja onde sirvo, esse tipo de conteúdo não circula e, cada vez mais, observo atitudes contrárias aos pensamentos que essas mensagens veiculam.
Nos grupos de WhatsApp oficiais não incentivamos esse tipo de conteúdo e, quando ele aparece, seja para qual lado for, intervimos e pedimos para retirá-lo. Porém, nos grupos internos de fiéis, não há um controle direto.
Existe certo trabalho contra as notícias falsas nas pregações e meios de ensino, porém ele não é programático. Não se tem nenhuma campanha sobre isso nem divulgação de órgãos externos que trabalham com checagem das notícias. Não incentivamos esse tipo de postagens, porém não existe um projeto intencional de contraofensiva às Fake News.
De forma geral, olhando o meio evangélico onde transito e transitei, creio que há três subgrupos:
1- igrejas que não incentivam as fakes News, porém não possuem um programa de combate a elas e nem algum tipo de repreensão aos que promovem essas informações;
2 - igrejas que combatem as FN, que não apenas não incentivam, mas adotam uma postura prática de rebater cada informação e denunciar as mentiras, assim como repreender os que as propagam;
3 - igrejas que promovem as fake News, atualmente, muito voltadas para teorias conspiratórias acerca das eleições. Essas igrejas ou líderes/influênciadores digitais, não apenas divulgam as FN, como também buscam atacar e destruir a reputação de outros líderes religiosos do campo político oposto.
No meu universo relacional percebo mais igrejas do tipo 1, e algumas pouquíssimas do tipo 2 (em sua maioria igrejas mais ligadas ao campo progressistas). Porém sei que a maioria está situada no tipo 3.