Homeschooling é defendido por evangélicos bolsonaristas
Precisamos nos pergunta, antes de qualquer coisa, a quem interessa a homeschooling e quem tem condições de bancar a educação em casa. Famílias pobres, com pouca formação e condição financeira, não seriam contemplados nessa pauta. De forma geral, a educação em casa é para a classe A, privilegiada e branca. Todavia, entre aos evangélicos, mesmo os mais pobres, por conta de posições conservadoras, encontramos apoiadores, os quais teriam dificuldades de adequar tal programa educacional à sua realidade.
Nos Estados Unidos, a pauta é defendida especialmente por cristãos fundamentalistas, porque possibilita proteger os seus filhos de perspectivas e temas considerados contrários à moral cristã. No Brasil, as motivações são as mesmas, pois também não se trata de demandas pedagógicas, mas protecionismo ideológico. Esta preocupação, desde 2018, tem ganhado maior espaço e alimentado discursos extremamente críticos à educação, à universidade e à escola, tratados como espaços contrários à família tradicional, promotores de “ideologia de gênero” e disseminadores do marxismo. Essas ideias são perpassadas por teorias da conspiração, as quais alcançaram parte dos evangélicos.
Os políticos desse grupo religioso, por sua vez, apoiam a educação em casa na esteira do bolsonarismo e seu capital político, o qual ainda comunica com eleitores aterrorizados por teorias conspiratórias olavistas. Estes seriam os grandes interessados com essa discussão.