Influência evangélica cresce – o que se pode esperar?

Influência evangélica cresce – o que se pode esperar?

O que explica e quais os impactos do rápido crescimento de deputados federais cristãos em Brasília? Uma matéria de Anna Virginia Balloussier, na Folha de S.Paulo de quinta-feira (30), traz pesquisa da Genial/Quaest feita entre abril e maio com 183 (35%) dos 513 representantes da Câmara. Segundo o estudo, entre os cristãos, 60% dos deputados federais são católicos e 30% evangélicos. O restante tem outra (3%) ou nenhuma (6%) religião, e 1% não soube ou não quis responder.

Para os que professam uma fé, diz a matéria, 67% afirmam que ela influencia seu trabalho, enquanto 23% negam a hipótese e 9% dizem que depende do tema. Um salto em relação a agosto de 2023, quando 44% responderam que a religiosidade afetava seu trabalho parlamentar, 39% refutavam essa ideia e 15% diziam depender do que estava em jogo.

Anna Virgínia ouviu especialistas para entender o porquê de os números terem crescido tanto em tão pouco tempo e concluiu que se trata de uma resposta ainda em aberto. E, portanto, pode ser explorada em novas pautas, com outras vozes que estudam o cenário político brasileiro. Há muito o que investigar ainda.

Para apurar: desdobramentos da pesquisa podem ir para o contexto local e regional, ouvindo alguns dos deputados federais cristãos e suas bases políticas – municípios, pastores de igrejas a que eles eventualmente pertençam, mais estudiosos do assunto de denominações diversas. Uma dúvida que ficou quando li a matéria foi – desses que se afirmam cristãos, quantos, efetivamente, são membros de alguma igreja e se submetem à mentoria de algum pastor? Ou será que a maioria poderia ser considerada “evangélica não-praticante”?

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, trabalhou nos principais jornais de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.