Marcha para Jesus foi cooptada por interesses políticos

Esse histórico evento completa trinta anos em 2022. Na década de noventa, a proposta era visibilizar os evangélicos em intenso crescimento e ocupar o espaço público promovendo a unidade. A intenção principal era celebrar e divulgar a fé evangélica brasileira. Em pouco tempo, infelizmente, a Marcha para Jesus acabou ganhando caráter político-partidário e cooptada por projetos ideológicos.

A instrumentalização partidária do evangelho sempre resultará em desastre, e quem camufla interesses pessoais usando símbolos da fé está traindo nossa tradição. Púlpito, no templo ou na rua, não pode estar a serviço de projetos eleitoreiros. Isso é, no mínimo, irresponsável. Portanto, é digno de destaque o Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp) e o Conselho de Pastores de Pernambuco que estabeleceram a total proibição de qualquer ato político eleitoral durante a Marcha em seu estado. E pelo que foi noticiado, os próprios políticos, que poderia ter algum benefício, foram unânimes em acolher a decisão. Ou seja, onde há liderança consciente, evitam-se os riscos.
Se não for alinhada com os interesses do evangelho, a Marcha nunca será de Jesus.