Millennials defendem a criminalização do uso inadequado dos pronomes pessoais
Uma pesquisa conduzida pela “Redfield and Wilton Strategies”, em nome da revista Newsweek, em 6 de julho, com 1.500 eleitores americanos, constatou que 44% dos millennials (pessoas nascidas entre 1981 e 1999) acreditam que "referir-se a alguém pelo pronome de gênero errado deveria ser considerado uma ofensa criminal". Do total, 31% discordaram da ideia e os restantes "nem concordam nem discordam" ou "não sabem". No geral, 19% dos americanos afirmaram que o uso inadequado de gênero deveria ser uma ofensa criminal, enquanto a maioria dos entrevistados (65%) pensava o contrário, 12% "nem concordam nem discordam" e 4% não sabem. Segundo reportagem de Ryan Foley para o Christian Post, a pesquisa ocorre em um momento em que um número crescente de pessoas em várias partes do mundo enfrentam ações judiciais por se recusarem a identificar pessoas transgênero por seus pronomes preferidos, em muitos casos citando convicções de fé cristã de que Deus criou apenas dois gêneros – ele e ela.
Joshua Sutcliffe, um professor cristão na Inglaterra, foi demitido em 2017 depois de supostamente "misturar o gênero" de uma estudante identificada como trans. Este ano, Sutcliffe foi banido pela Agência de Regulação do Ensino britânica de ensinar em escolas em todo o Reino Unido. Reagindo à decisão, Sutcliffe lamentou: "Fui intimidado e perseguido e tive todas as partes da minha vida examinadas por expressar minha fé cristã e verdade biológica."
Você acredita que a questão de gênero deveria envolver a criminalização de pessoas que desrespeitem o gênero escolhido pelo próprio indivíduo? De que maneira essa discussão está associada com o debate sobre as leis anti-blasfêmia? Seriam aspectos de uma mesma reportagem? Vale ouvir advogados especializados em liberdade religiosa e de expressão.
*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.
Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, é editora-assistente de projetos especiais do Valor Econômico, maior jornal de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.