Na Espanha, o dízimo pode ser deduzido do Imposto de Renda

Na Espanha, o dízimo pode ser deduzido do Imposto de Renda

Enquanto o Brasil debate a retirada de benefícios fiscais referentes a ofertas para pastores evangélicos, as tais “prebendas”, na Espanha, foi aprovada lei que amplia as deduções no Imposto de Renda dos contribuintes que fazem doações para igrejas. Em dezembro, segundo o site Actualidad Evangelica, foi aprovado o Real Decreto-Lei 6/2023, que altera a Lei 49/2002 sobre o regime fiscal das entidades sem fins lucrativos e dos incentivos fiscais ao mecenato, atualizando e aumentando os percentuais de dedução para doações a igrejas que fazem parte da Ferede - Federación de Entidades Religiosas Evangélicas de España. Criada em 1986, a Ferede reúne a maioria das igrejas das diversas denominações protestantes no país.  
 
Segundo a nota, os contribuintes espanhóis agora poderão usufruir de uma dedução de 80% na declaração de IRPF nos primeiros 250 euros doados em 2024, comparados a 150 euros no exercício anterior. A Espanha tem visto, assim como Portugal, o crescimento do fenômeno evangélico, com aumento das congregações em várias regiões. 

Para apurar: como se dá o crescimento evangélico na Espanha e qual a força do “lobby” religioso que consegue passar uma pauta tão vantajosa para quem dá o dízimo ou ofertas no país. Diferenças desse regime tributário em relação ao brasileiro.

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Ana Trigo, jornalista, é mestra e doutora em Ciência da Religião pela PUC-SP. Pesquisadora acadêmica sobre a cracolândia desde 2013, é autora da dissertação “Quando Deus entra, a droga sai”: ação da Missão Belém e Cristolândia na recuperação da dependência química na cracolândia de São Paulo; e da tese “Mulher é muito difícil” – o (des)amparo público e religioso das dependentes químicas na cracolândia de São Paulo. Faz parte dos grupos de pesquisa do LAR (Laboratório de Antropologia da Religião – Unicamp) e do GEPP (Grupo de Estudos Protestantismo e Pentecostalismo – PUC-SP). Também integra o coletivo Mulheres EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero de São Paulo.