Onde os Evangélicos Erraram?

A América está profundamente dividida, com divisões políticas em ascensão, ampliadas pela crescente lacuna entre os partidos Republicano e Democrata e pela diminuição do diálogo entre americanos de lados opostos. Uma nova pesquisa revela que metade dos evangélicos brancos nos EUA tem contribuído para essas divisões, alimentando ódios e transformando cidadãos em inimigos em vez de amigos. Historicamente, evangélicos mantiveram-se afastados da política, em parte devido ao descrédito após o julgamento de Scopes em 1925, e muitos enfatizavam a piedade pessoal em detrimento do engajamento social. No entanto, o cenário mudou na década de 1970 com o surgimento da direita religiosa como uma forma de resistência cultural, liderada por figuras como Jerry Falwell, que inicialmente defendia a separação da igreja do mundo, mas mais tarde abraçou o ativismo político.

A década de 1980 testemunhou uma migração em massa de cristãos evangélicos e fundamentalistas para o Partido Republicano, alterando profundamente a política americana e o movimento evangélico. Esse realinhamento foi marcado por um compromisso com uma agenda política que frequentemente refletia mais uma mentalidade de "nós contra eles" do que os ensinamentos de compaixão e reconciliação de Jesus. A retórica apocalíptica e a demonização dos oponentes, especialmente durante as administrações de Bill Clinton e Barack Obama, tornaram-se comuns, distanciando ainda mais os evangélicos de uma abordagem mais graciosa e compassiva que poderia unir a sociedade americana.

A eleição de Donald Trump representou um ponto de inflexão, com muitos líderes evangélicos apoiando um candidato cujas ações e declarações pareciam contradizer os valores morais que anteriormente defendiam como centrais para a liderança política. Esse apoio não apenas exacerbou as divisões existentes, mas também prejudicou a testemunha cristã, desviando-se dos ensinamentos fundamentais de amor, misericórdia e justiça social que poderiam oferecer um caminho para a cura e a reconciliação na política americana. A jornada dos evangélicos americanos de um compromisso cauteloso com a política para uma aliança com a direita política sugere a necessidade de uma reavaliação profunda do papel da fé na esfera pública, visando a restauração da integridade moral e da compaixão no coração da vida política.

A matéria completa, da The Atlantic, pode ser vista aqui