Pastor questiona a ordenação de pastoras. Mas por quê?

Pastor questiona a ordenação de pastoras. Mas por quê?

Uma postagem do pastor e teólogo Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ), repercutiu nas redes ao defender que a ordenação de mulheres para o pastorado é ato sem fundamento bíblico. Ele foi além e disse que quem ordena mulheres ao ministério pastoral peca por relativizar a Bíblia Sagrada. “Há pouco vi um vídeo de um pastor batista defendendo o ministério de pastoras. Ora, os argumentos por ele usados não são convincentes. Na verdade, não existem argumentos bíblicos e teológicos que justifiquem a ordenação de mulheres ao ministério pastoral”, diz Vargens. “Todas as defesas ao pastorado feminino começam no campo sociológico e quando tentam usar a Bíblia para justificar essa prática o fazem de forma equivocada usando uma exegese equivocada, distorcida e fora do contexto”, afirma.

Para apurar: uma reportagem muito interessante mostraria se há um aumento ou não de igrejas ordenando pastoras, mostrando quais são as igrejas e o perfil dessas pastoras. Também mostraria as igrejas que consideram mulheres em posição de liderança em todas as áreas de atuação – menos no ensino da congregação – e os textos bíblicos que justificam essa “política de RH”. Mais uma vez estão em debate aqui os conceitos de complementarismo versus igualitarismo, que esta coluna já propôs anteriormente.

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, é editora-assistente de projetos especiais do Valor Econômico, maior jornal de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.