Perfil Acadêmico: Apresentando Manuela Löwenthal

Perfil Acadêmico: Apresentando Manuela Löwenthal
aManuela Löwenthal

O Observatório Evangélico possui regularmente a coluna Perfil Acadêmico, na qual apresenta pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que produzem pesquisa relevante sobre a temática dos evangélicos. Na edição desta semana apresentamos a socióloga Manuela Lowenthal, mestra em Ciências Sociais pela Unesp e atualmente doutoranda do programa de Ciências Sociais na Universidade Federal de São Paulo. Acompanhe a entrevista com Manuela abaixo:

Pode se apresentar, dizer sua trajetória acadêmica e em que instituição está no momento?

Meu nome é Manuela Löwenthal Ferreira, atualmente sou pesquisadora financiada pela FAPESP e desenvolvo também pesquisa pelo projeto Temático "Religião, Direito e Secularismo: A reconfiguração do repertório cívico no Brasil contemporâneo", ligado ao CEBRAP, mas também sou Professora efetiva na disciplina de Sociologia na rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, na qual estou afastada.
Fiz a graduação em Ciências Sociais na UNESP campus de Marília, bacharel e licenciatura, concluindo em 2012. O mestrado eu também fiz em Ciências Sociais na UNESP, porém no campus de Araraquara, terminei em 2016. Agora estou cursando o Doutorado também em Ciências Sociais, mas ênfase em Antropologia, na UNIFESP-Guarulhos.

Quando você começou a pesquisar o tema dos evangélicos?

Meus estudos na área de religião com recorte na atuação da vertente evangélica se iniciaram em 2010, ainda quando eu desenvolvia uma pesquisa de Iniciação Científica financiada pela FAPESP na graduação. Desde então, meus estudos acadêmicos sempre se deram neste universo empírico, porém a abordagem foi se reformulando ao longo do tempo, assim como os interesses e as metodologias.

Quais são os temas que você já percorreu ao longo da sua trajetória?

Quando comecei a estudar evangélicos, eu pesquisava sobre a igreja Neopentecostal Bola de Neve e a sua atuação dentro do mercado religioso, no que diz respeito à organização da igreja, marketing, propaganda e como se dava o trabalho interno e as funções e dinâmicas da igreja nos moldes empresarias.
No Mestrado, eu continuei estudando a igreja Bola de Neve, porém eu passei a observar a relação e a atuação da igreja com a ação empreendedora, assim como as práticas ligadas à Teologia da Prosperidade em sua conexão com a lógica econômica Neoliberal.

Já no Doutorado, a minha pesquisa se voltou para a atuação política de grupos evangélicos, de forma que meu recorte passou a ser em torno da entrada de atores evangélicos nos Conselhos Tutelares.

Na sua pesquisa atual, quais são suas questões?

A minha pesquisa atual busca analisar e compreender a participação e atuação civil de atores evangélicos na esfera pública. Ser evangélico faz alguma diferença na hora de atuar em questões de ordem política? A igreja impulsiona, incentiva ou estimula a produção de sujeitos políticos? Como se dá essa relação? São algumas das questões norteadoras dos meus estudos.

Para tanto, escolhi enquanto universo empírico estudar a entrada de atores evangélicos nos Conselhos Tutelares na cidade de São Paulo, e a minha pesquisa busca analisar a última eleição em 2019 e a próxima eleição que será em outubro de 2023, acompanhando as campanhas de atores evangélicos candidatos a cargos nos Conselhos Tutelares na cidade de São Paulo e a sua atuação através de pesquisa de campo, entrevistas e levantamento de materiais nas redes sociais e sites oficiais de igrejas vinculadas de alguma forma aos Conselhos, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus.

Fora da sua pesquisa, que outras questões te chamam atenção na temática dos evangélicos?

Me interesso bastante pela atuação de atores evangélicos na esfera pública de um modo geral: a interconexão e as interfaces dessa relação e a questão da produção de moralidades, assim como a ligação entre religião, Estado, laicidade e secularismo também me chamam a atenção.

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.