Quem lidera a pressão anti-bets?

Por pressão de Jaques Wagner, líder do governo Lula no Senado, foi adiada a análise marcada para a última quarta-feira (15) do projeto de lei que regulamenta a exploração de jogos de azar e cassinos no país na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido formal de retirada de pauta na CCJ partiu do senador Marcos Rogério (PL-RO), em alinhamento com a bancada evangélica, que é contra a proposta. O projeto voltará à pauta em 5 de junho.

A proposta é vista pelo Executivo como potencial fonte para incremento de receitas da União. Segundo a matéria, porém, a razão da retirada não uma pressão evangélica mas sim os argumentos de Wagner junto ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, em caráter reservado, de que não faria sentido votar esse tipo de matéria num momento de grande tragédia acontecendo no Rio Grande do Sul – o que soa, na verdade, bem sensato.

O mercado de jogos de azar no Brasil movimentou, segundo texto do PL, pelo menos R$ 15 bilhões em 2023, valor que pode ultrapassar R$ 30 bilhões por ano.

Para apurar: quem está liderando, entre os evangélicos, o movimento anti-jogos de azar? Por que essa pauta não ganha destaque entre os influencers cristãos, que parecem não estar atentos aos danos imensos que as compulsões ligadas a jogos de azar provocam nas famílias?

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, trabalhou nos principais jornais de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.