Setembro amarelo: o crente que se suicida perde a salvação?

Setembro amarelo: o crente que se suicida perde a salvação?

O suicídio é um tema tabu entre os evangélicos. O rei Saul, o valente Sansão (possivelmente) e o traidor Judas são personagens bíblicos que cometeram suicídio. Mas há outros.

Durante muito tempo, aprendi que o suicida perde, automaticamente, a sua salvação. A razão é que apenas Deus tem a prerrogativa da vida e de definir o número de nossos dias. Tirar a própria vida ainda é considerado pecado mortal por muitos cristãos.

O “Setembro amarelo” lembra que o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio é comemorado anualmente em 10 de setembro. A data foi organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP), com endosso da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 em comparação a 2021. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 16.262 registros em 2022, uma média de 44 por dia, contra 14.475 no ano anterior.  Embora desconheça pesquisa científica sobre o assunto, é sabido que o suicídio entre pastores evangélicos é um desafio que afeta muitas comunidades. Cargas excessivas de trabalho, alta idealização da função pastoral e depressão são razões que levam líderes eclesiais a tirarem a própria vida.

Para aprofundar: O que os teólogos pensam sobre esse assunto? E as outras religiões, como tratam o suicídio? Quem são as seis pessoas cujo suicídio é narrado na Bíblia? Quais são as organizações cristãs que trabalham para prevenir o suicídio? Como as igrejas têm lidado com o tema?

*Os textos publicados pelo Observatório Evangélico trazem a opinião e análise dos autores e não refletem, necessariamente, a visão dos demais curadores ou da equipe do site.


Marília de Camargo César nasceu em São Paulo, é casada e tem duas filhas. Jornalista, é editora-assistente de projetos especiais do Valor Econômico, maior jornal de economia e negócios do Brasil. É também autora de livros que provocam reflexão nas lideranças evangélicas. Suas obras mais conhecidas são Feridos em nome de Deus, Marina — a vida por uma causa e Entre a cruz e o arco-íris.